quinta-feira, 10 de março de 2011

20.

20 anos. Obviamente sou incapaz de dizer tudo que vivi. Mas gosto de pensar nos momentos assim: Ha 20 anos tomei o primeiro fôlego, fôlego que tive que tomar nos momentos difíceis, fôlego que perdi a cada paixão que tive, a cada amor que sorriu pra mim. Ha 20 anos, abri os olhos. Engraçado, por causa deles que hoje eu sei que quando me chamam de Cego é por carinho. Eles, que apesar de não serem os melhores me fizeram ver lindas paisagens, novos mundos, pessoas diferentes, as mais lindas mulheres, os mais memoráveis momentos do meu mais antigo amor, meu Tricolor. Eles que me fizeram ver o sorriso de bons amigos, e os mais doces olhares das minhas paixões. Eles que me fizeram chorar, aliás, há 20 anos chorei pela primeira vez, e assumo que de vez em quando ainda me pego chorando, chorei por saudade de um abraço, de um amigo, chorei por raiva, chorei por emoção, quando ouvi um eu te amo, um até logo, um grito de gol, e até por um olá. Há 20 anos aprendi a andar, e andei, andei muito... acho que não é exagero dizer que até pelo vale das sombras da morte andei, mas também andei em jardins floridos, andei em florestas onde o sol entra pelas frestas do topo das arvores deixando aquela aquarela. Andei até num deserto sem vida, andei pela grama verde onde no fim só haviam balizas. E quem anda, corre. Corri de medo, corri de felicidade, corri da polícia, corri pra casa, corri atrás de ônibus. Antes de andar, aprendi a ficar sentado. E assim fiquei durante muito tempo, esperando alguém, apenas vendo o tempo passar ou ocupado num trabalho, estudando ou apenas sentado na frente do computador me divertindo, ou não. Mas das coisas mais lindas que aprendi a fazer foi a dar um abraço, sei que minha vida vale a pena porque não houve um amor que não dei um abraço sincero e apertado. Abraços me acolheram quando eu estava sozinho, me deram conforto quando estava triste, me esquentaram quando estava frio.

Não foi há 20 anos, mas aprendi a beijar, e agradeço a Deus por isso. Acho que o beijo é a expressão de sentimento mais sincera que pode haver, e quem eu já beijei sabe o quanto eu te amei ou amo. Minhas mãos, quase me esqueci das coisas que toquei. Elas que me fizeram abrir tantas portas, elas que me ajudaram a limpar as minhas lágrimas e de meus amigos e amores, elas que ajudam a seguram o lindo pavilhão, o Tricolor. É com elas que bato no peito ao ouvir o nome do meu país, é com elas que posso tocar canções que podem emocionar, empolgar ou acalmar. Minhas mãos que agora tentam dizer, ao menos em parte, o que sinto agora.

É, acho que me prolonguei mais do que eu queria, ou deveria. Eu queria poder agradecer a todos que me fizeram ser um cara que quando olha pra trás só consegue dar um leve sorriso com o canto da boca, pensa numa música e segue em frente tentando criar mais lindas lembranças. Ei, só fiz 20 anos, mas e daí? Quem nasce pra ser feliz, pode ser isso até mesmo escrevendo um texto para poucos lerem e se sentirem reconhecidos. A você que está lendo isso, obrigado por me fazer um pouco mais feliz hoje. E até amanhã.

Pensei na música depois de sorrir: Born To Be Wild.

Romullo Herzer

Um comentário:

  1. Pra variar... FODA! (Malz o palavrão mas dizer que ficou bom, ótimo ou show não definiriam tão bem a coisa, entende? rs)
    Posso completar seu texto dizendo que há 20 anos atrás eu conheci alguém muito especial... Cheio de vida, alegria! Um alguém que tá smepre sorrindo, dono de um carisma absurdo! Não poderia deixar de dizer da capacidade de defender sua opinião sobre os mais variados assuntos!! Estou pra ver alguém que se expressa e se comunica tão bem! (Palavra de Fonoaudióloga! rs) Claro, tirando esses penduricalho aí na boca né.. Huahua

    E algo me diz que daqui a 20 anos ainda teremos boas e grandes coisas pra escrever.

    Bjão primo, te amo

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